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sábado, 2 de abril de 2011

UM CAMINHO DE VOLTA...

Era domingo e Maria estava ansiosa para ir ao clube... já se passava das 11h e ela pensava nos amigos que já estariam no churrasco da turma; quase todo final de semana era assim, churrasco, praia e passeios divertidos com seu marido e filhos.
Ela sempre foi essa pessoa animada e sempre pensava lá na frente querendo sempre adiantar tudo; quando criança acordava cedinho para ir a escola, antes mesmo dos primeiros raios de sol do dia.
Pois bem, nesse domingo, indo para o clube, Maria e sua família é surpreendida por dois homens que anunciam um assalto; no carro as crianças choravam e ela extremamente assustada com a situação não conseguia sequer ouvir a voz do marido dizendo que tudo já havia passado e que todos estavam bem, afinal, só haviam levado alguns pertences.
Desde então, Maria passou a não sair mais de casa, o medo era grande e ela que sempre foi um pouco ansiosa passou a olhar os dias, as situações e as pessoas com um certo temor. O receio do novo tornou-se um fantasma constante.
Passou a não sair mais com os amigos a ponto de seu marido reclamar de suas atitudes, a relação dos dois estava muito abalada; na faculdade os amigos sentiam saudade dela... há mais de seis meses ela não pisava lá... havia trancado o curso; mesmo a rua ao lado de sua casa trazia medo; não havia largado ainda o emprego, mas a voz era trêmula ao falar com os clientes, suas mãos suavam muito e nos seus olhos movimentos involuntários eram facilmente perceptíveis, como tiques nervosos; por conta disso ela passou a usar óculos - em todas as situações, de dia e de noite.
Maria não era mais a mesma, de fato.



No primeiro atendimento com a Terapia Ocupacional eu via uma mulher jovem-idosa, apesar dos apenas 30 anos de idade; seu olhar só se revelava após entrar na sala, quando eu pedia delicadamente que retirasse os óculos. 
Após alguns atendimentos, diante do espelho em uma das atividades expressivas corporais ela disse: - sinto que estou voltando.
Em uma outra atividade, em meio a tanta argila, enquanto moldava em suas mãos a si própria, ela disse: parece que estou me refazendo.
Em meio a tintas, de tantas cores: posso escolher só tintas alegres? traga o vermelho, o amarelo, o verde... vou tornar nessa pintura meus dias como eram antes.
Hoje Maria olha no espelho e entende porque perdeu tantos dias de sua vida e porque se esqueceu de olhar para si mesma... apenas lamenta não ter percebido antes.
Hoje volta para o seu caminho... suas pegadas mostram o caminho de volta, apontando sempre que ela deve ir a diante.



Um comentário:

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